Conheça os tipos mais comuns de cogumelo e novas formas de prepará-lo
Conheça os tipos mais comuns de cogumelo e novas formas de prepará-lo
A diversificação crescente de cardápios de BH vem no bojo não só do intercâmbio com outras culturas, mas também para atender uma demanda bem particular
Na verdade, trata-se do único estabelecimento local no qual o cogumelo responde pelo prato principal – em variadas versões. E foi em função do acentuado e peculiar sabor dos fungos que o chef Thiago Azevedo entendeu por bem colocá-lo como estrela. Aos que pedem uma explicação, ele contrapõe: “Por que não deveríamos investir nele?”, argumenta, ao lado dos sócios Ronan Oyama e Luciano Queiroz.
Três vezes por semana, cerca de seis a oito espécies de fungos são incorporados ao menu, sempre livres de agrotóxicos (o cultivo é local). O do tipo ostra, por exemplo, serve de base ao feijão tropeiro – e para sugerir o gosto do bacon, o ingrediente é defumado.
Mas é fato: ainda falta muito para que o cogumelo conquiste lugar cativo na mesa do brasileiro. Se o parâmetro for o de países asiáticos, onde a população consome, em média, cerca de dois quilos por ano, o caminho é longo. Mas a ampliação do emprego desse alimento já ecoa o fato de que há muita gente interessada em explorá-lo. Caso de Vicente Ramos, sócio e chef responsável pelo Duke’n’Duke. Optando por trabalhar com os cogumelos-de-paris e shimeji (pela acessibilidade) frescos, os fungos, por lá, são empanados a partir de uma mistura semelhante ao tempurá e, a seguir, imersos em óleo. “É um ingrediente sensível. Se cozinhar da forma errada, compromete a textura, vira uma borracha”, alerta. O petisco frito é acompanhado por uma maionese de wasabi ou, para os veganos, opções de molho sem leite nem ovos.
Só vantagens. Extremamente rico em nutrientes e repleto de funções benéficas para o organismo, o cogumelo também tem como trunfo sua versatilidade, o que permite usá-lo em diversas receitas: do recheio da pizza a molhos para massas, além de ser um substituto adequado a carnes. “Ele é democrático e permite diferentes formas de cocção. Pode ser assado, grelhado, ensopado ou apenas refogado. Assim como a carne, o cogumelo consegue modificar bastante o prato por meio dos métodos de cocção”, explica o chef Thiago Azevedo.
Já o chef lisboeta Cristóvão Laruça, do Caravela, pontua que a saída de cogumelos na cozinha já alcançou um patamar representativo. “Gastamos, em média, 12 kg por semana. Embora no caso do bacalhau chegue a 100 kg, de certa forma, já mostra uma boa saída”, diz ele, que se familiarizou com a iguaria em seu país de origem.
Água, não. O consumo dos cogumelos, cumpre frisar, deve ser precedido por um bom processo de limpeza. E tanto Azevedo quanto outros chefs ouvidos pela reportagem foram unânimes: lavá-los é um erro. “Os cogumelos são como uma esponja, absorvem muita água. Lavar compromete o sabor e a textura. O cogumelo é cultivado em condições altamente rigorosas e extremamente limpas. Chega até nós praticamente limpo”, garante Laruça. O ideal, então, é limpá-lo com, no máximo, uma escovinha ou um pano levemente úmido. Outro truque, agora para manter a crocância, é deixá-lo refogar de um a dois minutos e só depois mexer. “Do contrário, acaba soltando água e, assim, vai cozinhar, e não saltear”, explica.
Simone Biondi, do italiano Est! Est!! Est!!!, já estava habituado ao ingrediente, mas, na hora de saltear o funghi servido em uma de suas massas, precisou adaptar e trocou a manteiga por azeite extravirgem para participar do circuito VegExperience 2018, que segue até novembro. Do ingrediente, aliás, ele nada desperdiça. “Utilizo até o talo para a produção de creme, ideal para dar mais sabor aos pratos”. Outra criação é um carpaccio feito com cogumelo porcini, servido em lâminas marinadas no azeite e no limão siciliano.
Já o peculiar umami é o que conquistou Kiki Ferrari, do Svärten Mugg Taverna. “É um dos mais saborosos, e desidratado também é uma ótima maneira de usá-lo. Aliás, os vikings desidratavam os cogumelos para, no inverno, servir de fonte de energia”, conta ele, que serve, entre outras iguarias, a fritada vegetariana.
FRITADA VEGANA
Receita do chef Kiki Ferrari, do Svärten Mugg Taverna
Ingredientes
– 2 xícaras de batatas-asterix pré-cozida em cubos
– 1/2 bandeja de cogumelos shitake rasgados rusticamente.
– 1/2 xícara de champignons em conserva picados
– 1/2 xícara de tomates-uva
– 1/2 xícara de ervilhas frescas
– 1/2 xícara de picles de pepino em cubos
– 1/2 cebola roxa em tiras
– 1/2 xícara de chucrute pronto
– 1 colher de chá de pimenta-da-jamaica em pó
– 1 colher de chá de pimenta-do-reino branca em pó
– Sal a gosto
– Algumas folhas de agrião ou dill para finalizar
– Óleo para fritar
Modo de preparo
Frite as batatas em óleo quente até que fiquem crocantes. Enquanto isso, esquente o óleo na chapa ou na frigideira e acrescente todos os vegetais. Tempere-os salpicando as especiarias e o sal por cima de tudo. Misture. Espalhe bem a mistura, para que dourem em contato com toda a superfície quente. Acrescente as batatas crocantes, misture mais uma vez, sirva em panelinha rústica salpicada com dill ou agrião e finalize com pitadas de curry.
In: https://www.otempo.com.br/gastro/conhe%C3%A7a-os-tipos-mais-comuns-de-cogumelo-e-novas-formas-de-prepar%C3%A1-lo-1.2038104?fbclid=IwAR1Lkmg0ni2cT-e71LmK6OfAj838Pb8CAtrWvG2jWcVGyjqIPzpUmXTqgyk
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