E se, ao pedires um café, contribuíres para que cresçam cogumelos?
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E se, ao pedires um café, contribuíres para que cresçam cogumelos?
Natan Jacquemin trocou a Bélgica por Portugal
para estudar. Acabou por ficar e descobriu que das borras do café se
pode fazer crescer cogumelos. Do desperdício dos outros, o jovem cria
valor. A NÃM é a materialização do seu projecto de economia circular.
Natan Jacquemin, de 23 anos, chegou a Lisboa
para estudar gestão, mas cedo se desencantou com as perspectivas
profissionais que a área tinha para lhe oferecer. Não queria trabalhar
no escritório de uma consultora e fazer dinheiro para uma empresa com a
qual não teria ligação. A sua preocupação, ao terminar os estudos, foi,
então, encontrar um modelo económico que gerasse valor através da
natureza. “Dinheiro é um meio para chegar a um fim”, garante. E foi
assim que surgiu a NÃM, uma empresa de economia circular,
que reaproveita borras de café de vários restaurantes e cafetarias de
Lisboa para, depois, plantar cogumelos e gerar valor económico a partir
deles. Sempre com uma preocupação social.
As estruturas em
madeira, cobertas por lonas de plástico negro, servem como estufas
improvisadas para todo o processo de incubação que é feito no
rés-do-chão de uma loja junto ao Largo do Intendente. Porquê utilizar borras de café como substrato para fazer crescer cogumelos? Natan depressa aponta os principais motivos, em conversa com o P3.
Natan Jacquemin, de 23 anos, é belga e estudou gestão
Daniel Rocha
Primeiro, “porque é um desperdício enorme e, só em Lisboa, se
consomem entre 10 a 15 mil toneladas de café por ano”. E, depois, porque
as borras que sobram do café têm propriedades óptimas para o
crescimento desses fungos. “A água que corre ao fazer o café é quente e,
assim, esteriliza as borras. Os cogumelos precisam de matéria muito
limpa e que tenha fibras. O café tem fibras e é limpo”, resume.
Quando se tira um café, diz Natan, “só se usa 2% do total da sua
biomassa". "Os restantes 98% são desperdício.” O belga recolhe as borras
em cafés e restaurantes lisboetas e mistura-as com sementes de
cogumelos. Quando elas crescem, vende os cogumelos da espécie pleurotus
aos proprietários dos mesmos estabelecimentos onde recolheu as sobras.
“Utilizo o desperdício dos comerciantes para produzir uma coisa de que
eles necessitam e, depois, obtenho lucro dessa transacção.”
O
desperdício gerado durante o processo é utilizado como fertilizante
natural para o cultivo de legumes e outros vegetais. Natan dá o
resultado da mistura das borras com as sementes a agricultores urbanos.
“Assim, o meu desperdício também serve para criar valor e provar que é
possível fazê-lo de uma outra maneira”, diz.
A agricultura urbana
é, precisamente, um dos focos da empresa. Ao comprar-se um produto numa
superfície comercial, por norma esse alimento percorre 15 mil
quilómetros até lá chegar. O grande objectivo da agricultura urbana é
reduzir essa distância e tornar a produção mais sustentável.
Natan considera que é difícil fazer coisas boas para o ambiente
seguindo um modelo capitalista. É necessário, na sua opinião, “encontrar
um novo modelo de criação de valor económico”. Gunter Pauli, criador do termo Blue Economy e
seu conterrâneo, inspirou Natan a construir a sua empresa. Este
conceito advoga um modelo económico em que o bem-estar do ser humano é
preservado, bem como o da sociedade, o que reduz significativamente os
riscos ambientais e a escassez ecológica, recorrendo aos recursos que o
oceano produz. O modelo tem uma especial preocupação com a protecção das
várias formas de vida e com a produção moderada de carbono.
Passo a passo
O
processo é relativamente simples e Natan está ainda numa fase de
experimentação, responsável por todo o trabalho (alguns amigos ajudam
sempre que precisa). Um investidor francês que comprou o prédio onde
Natan se instalou disponibilizou-lhe o espaço durante um ano, até que o
negócio cresça e consiga provar que este modelo funciona.
As estacas em madeira delimitam três salas improvisadas onde se
inicia o processo desde o primeiro passo. Numa delas, Natan mistura as
borras de café com as sementes e coloca-as em sacos. Deixa-as aí entre
três a quatro semanas e é então que se dá a fase de incubação.
Noutra sala, mais esbranquiçada e
embrumada por um humidificador, os sacos repousam também por duas a três
semanas, em contacto com a luz e o ar, até que os cogumelos começam a
crescer para fora dos sacos. E, assim, ocorre o processo de
frutificação. Depois é só cortá-los e levá-los às lojas dos
comerciantes.
Natan aprendeu a fazer as misturas na Bélgica
Daniel Rocha
Quando acertar alguns pormenores logísticos, o jovem conta produzir
entre 100 e 200 quilos por mês. E, apesar do público-alvo serem os
proprietários de restaurantes e cafés, também vende para pessoas que
tenham interesse em ter um papel activo na sustentabilidade do planeta.
O negócio, criado por Natan em Julho, gera valor económico
mas não encontra no dinheiro o seu propósito máximo. É um meio para um
fim, com o objectivo de que se possa usar o poder do capitalismo para
concretizar “algo bom”, garante. Outubro assinala o mês em que, pela
primeira vez, colheu os cogumelos numa quantidade próxima da que
pretende alcançar. Daqui para a frente é ir passando na Rua dos Anjos e
ter a sorte de ser dia de colheita de uma nova leva de pleurotus.
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